Polícia fecha "fortaleza de drogas" em Ilhéus

Quatro suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que aterrorizou Porto Seguro foram mortos em confronto com as polícias militar e civil na manhã de sábado, no distrito de Maria Jape, em Ilhéus.

De acordo com a Polícia Civil, os quatro são integrantes da quadrilha do traficante André Márcio de Jesus, o "Buiú". Ele ordenou o incêndio de ônibus, destruição de lojas e caixas eletrônicos em Porto Seguro.

A ação dos criminosos começou logo depois do sepultamento do traficante Edilson Pereira Viana, o “Aleluia”, de 33 anos. “Aleluia” foi morto no último dia 27, logo após prestar depoimento sobre a fuga Rivaldo Freitas Oliveira, o "Maicão".

Durante a fuga, Maicão assassinou, no corredor da delegacia de Porto Seguro, o soldado Luís Cláudio Dias dos Santos, de 48 anos. Na manhã de sábado policiais de Itabuna, Ilhéus e Porto Seguro fizeram o cerco aos suspeitos na região de Maria Jape.

No confronto morreram Raimundo de Jesus Costa, “Pequeno”, de 40 anos; Alex de Oliveira Lopes, o “Grande”, de 24 anos; Antônio Rodrigues dos Santos, o “Seu Zé”, de 24 anos, e Emersom Reis dos Santos, o “Cara de Peixe”, de 18 anos.

Também foi presa Elma Conceição Silva, mulher de “Buiu”, com participação ativa no tráfico. Ela já foi transferida para Salvador.

A desarticulação da quadrilha do traficante André Márcio de Jesus, o “Buiu” ou “Padaria”, possibilitou à polícia desativar a base operacional do criminoso, uma fortificação instalada numa propriedade rural na Ponta do Cedro, distrito do Japu, em Ilhéus.

Construída num ponto estratégico dos 37 hectares, a fortaleza do tráfico permitia uma visão privilegiada de 360 graus, tendo “Buiu” providenciado benfeitorias para o local, como a construção de uma estrada de acesso.

Armas, como um fuzil 726 do Exército argentino, munições de diversos calibres, drogas, uma caderneta com anotações sobre a movimentação do tráfico e investimentos de ações criminosas, como o plano de ataque aos ônibus, foram apreendidos no local.

A agenda do traficante André Márcio de Jesus traz ainda o valor empregado na contratação do carro de som que circulou por Porto Seguro conclamando marginais a incendiarem ônibus na cidade.

Sob a proteção de quatro sentinelas fortemente armados “Buiu”, portando uma metralhadora, e seu irmão, Thiago, conseguiram fugir por uma área de mata fechada e vem sendo procurados.

A operação que estourou o local contou com 44 policiais civis lotados nas 23ª, 6ª e 7ª Coorpins e 12 policiais militares da CIPM Cacaueira.